07 maio, 2006

Revolução na continuidade

Decidi telefonar ao Ribeiro e Castro a felicitá-lo pela vitória alcançada neste fim de semana.
- Tá lá?
- Sim?...
- Então parabéns... conseguiu ser reeleito...
- Pois mas isto é uma grande chatice pá... os congressistas votam em mim mas os deputados não me ligam nenhuma...
- Pois realmente isso é chato - conformei-me.
- Ainda por cima não os posso demitir, nem substituir, os tipos não se demitem alegando que foram mandatados pelo povo...
- Pois, o povo é quem mais ordena...
- Eu também fui eleito pelo povo! E esses tipos não me respeitam, e não são só os deputados... veja lá que até os putos se viram contra mim, ainda usam calções mas já querem mandar... onde é que já se viu isto?
- No CDS! Deixe-me recordar-lhe que o Manuel Monteiro foi eleito líder do CDS logo depois de sair da liderança da J.
- Mas eram outros tempos... agora este João Almeida...
- Acabei agora mesmo de falar com ele.
- Ai sim? E então?

O leitor sabe como eu sou... tive de lhe dizer a verdade.
- Ele acha inacreditável que a direcção do partido não considere pertinentes as ideias votadas por 42% do partido.
- Eu aí só tenho uma coisa a dizer: ou estão comigo ou contra mim! Não quero saber que meia dúzia de campónios iletrados tenham votado nessa moção...
- Sim mas foram também campónios iletrados que fizeram aprovar a sua moção...
- Nem queira comparar! Na minha moção votaram em consciência, com convicção, sem pressões de ninguém e com conhecimento de causa... Garanto que, desta vez, nada nem ninguém me fará desviar da rota que tracei... - disse ele com segurança. Não pude deixar de me lembrar que foi exactamente isso que disse o comandante do Titanic.