10 abril, 2006

A revista é linda

Ontem estive no parque Mayer, fui visitar umas pessoas que trabalham nesta revista e, de repente, dou de caras com o meu amigo Saraiva.
- Saraiva! Exclamei.
Mas ele não me viu, virou costas e afastou-se rapidamente. Vocês conhecem-me, sabem que não desisto assim tão facilmente. Fui ter com ele.

- Saraiva, você por aqui?
- É verdade...
- Não estava nada à espera de o encontrar aqui, pensava que não tinha interesse na cultura popular.
- E não tenho, vim cá com a minha sogra, ela queria por força vir à revista e não houve maneira de a dissuadir...
- Pois a comunicação tem tendência a ser difícil. Olhe eu, por exemplo, há anos que não falo com a minha... não gosto de a interromper.
- Fale baixo por favor. E sussurrou: Foi à casa de banho e não tarda aparece aí.
Mudei de assunto.
- Já tinha saudades de comentar consigo as notícias. Então que me diz dos novos tribunais que o governo quer fazer para julgar os detentores de cargos políticos? Não acha que pode dar lugar a um certo branqueamento da responsabilidade política e até à impunidade e banalização do crime de corrupção?
- Eu também acho que sim, essa proposta indicia alguma bananização na república... Lá vem ela, adeus.
E afastou-se rapidamente em direcção a uma senhora de idade.

Fiquei sozinho pensando comigo mesmo que se estivermos dentro de um carro que se desloca à velocidade da luz, o que acontece ao acender os faróis?