16 maio, 2006

Alguém sabe o telefone de uma boa babysitter?

09 maio, 2006

Egipto

Cérebro dos atentados foi morto pela polícia...
resto do corpo continua a monte.

07 maio, 2006

Revolução na continuidade

Decidi telefonar ao Ribeiro e Castro a felicitá-lo pela vitória alcançada neste fim de semana.
- Tá lá?
- Sim?...
- Então parabéns... conseguiu ser reeleito...
- Pois mas isto é uma grande chatice pá... os congressistas votam em mim mas os deputados não me ligam nenhuma...
- Pois realmente isso é chato - conformei-me.
- Ainda por cima não os posso demitir, nem substituir, os tipos não se demitem alegando que foram mandatados pelo povo...
- Pois, o povo é quem mais ordena...
- Eu também fui eleito pelo povo! E esses tipos não me respeitam, e não são só os deputados... veja lá que até os putos se viram contra mim, ainda usam calções mas já querem mandar... onde é que já se viu isto?
- No CDS! Deixe-me recordar-lhe que o Manuel Monteiro foi eleito líder do CDS logo depois de sair da liderança da J.
- Mas eram outros tempos... agora este João Almeida...
- Acabei agora mesmo de falar com ele.
- Ai sim? E então?

O leitor sabe como eu sou... tive de lhe dizer a verdade.
- Ele acha inacreditável que a direcção do partido não considere pertinentes as ideias votadas por 42% do partido.
- Eu aí só tenho uma coisa a dizer: ou estão comigo ou contra mim! Não quero saber que meia dúzia de campónios iletrados tenham votado nessa moção...
- Sim mas foram também campónios iletrados que fizeram aprovar a sua moção...
- Nem queira comparar! Na minha moção votaram em consciência, com convicção, sem pressões de ninguém e com conhecimento de causa... Garanto que, desta vez, nada nem ninguém me fará desviar da rota que tracei... - disse ele com segurança. Não pude deixar de me lembrar que foi exactamente isso que disse o comandante do Titanic.

04 maio, 2006

No metro

Estava à espera do metro na estação do Rossio quando vejo o Saraiva do outro lado da linha. Lá estava ele, com o seu sobretudo castanho debaixo do braço como se se tratasse de um embrulho precioso.

Tentando passar despercebido gritei:
- Ó Saraiva!
O saraiva olhou rapidamente para mim e acenou-me com a cabeça enquanto aconchegava o casaco debaixo do braço.
- Saraiva, você por qui? - Berrei para o outro cais.
Ele gesticulava abrindo e fechando a boca mas, confesso que não conseguia ouvir patavina do que ele dizia.
- Vai apanhar o metro? - Obviamente não tinha nada de inteligente para dizer. E o Saraiva lá respondia mas eu continuava a não conseguir ouvir.

Vocês conhecem-me, sabem que eu não sou homem de deixar as coisas pela metade. Fui ter com ele ao outro cais.
- Então Homem, o que se passa consigo?
- Estou rouco...
- Pois! Anda a comer gelados nesta altura do ano...
- Não, não... não é nada disso...
- Então diga lá homem, desembuche!
- Estive, nestas últimas semanas, a trabalhar na Damaia e estar sempre a gritar por socorro deu-me cabo da garganta...
- Mas olhe que saiu um relatório que diz que a denúncia de crimes caiu cinco por cento em 2005... Só pode querer dizer que a criminalidade baixou...
- Ah - disse o Saraiva.
- Ou então que a nossa crónica falta de produtividade já chegou à delação...

Foi neste preciso momento que a composição do metro entrou na estação, abriu as portas e vomitou os passageiros. Mal tive tempo de me despedir do Saraiva e já este tinha desaparecido no meio da confusão deixando-me ali sozinho...