15 fevereiro, 2006

Nova testemunha identifica Carlos Cruz

Eis que surgem, no processo casa pia, importantes desenvolvimentos com o depoimento de uma nova testemunha.

Juiz: A testemunha pode entrar. Queira dizer ao tribunal o seu nome.
Testemunha: Bota Botilde.

J: Qual é a sua profissão?
T: Mascote de programa televisivo.

J: Reconhece algum dos arguidos?
T: Sim, aquele senhor ali de óculos.

J: Que fique em acta que a testemunha apontou para o Sr. Carlos Cruz. Qual era o grau de proximidade que mantinha com o arguido?
T: Fora do trabalho mal o conhecia, jantámos 1 ou 2 vezes juntos...

J: Alguma vez ele lhe fez avanços de caracter sexual?
T: Não. Quer dizer uma vez apertou-me o atacador, mas não posso dizer que não tenha gostado.

J: Mais nada?
T: Mais nada, eu bem o convidava mas ele estava sempre ocupado a viajar.

J: Alguma vez participou nessas viagens?
T: Sim, uma vez fomos ao Alentejo.

J: O que é que fizeram?
T: Andámos a cavalo, tomámos banho na piscina e depois houve um jantar.

J: Quem mais estava no jantar?
T: Estava lá o Zé-Sempre-em-Pé e a vaca Cornélia.

J: A vaca Cornélia?
T: Sim, a vaca Cornélia.

J: A mãe ou a filha?
T: A filha, a mãe já não alinhava nessas touradas.

J: E que é que aconteceu nesse jantar?
T: A vaca Cornélia comia dos dois lados do prato: era anfíbia.

J: E depois? O que é que aconteceu depois?
T: Depois, o Zé-Sempre-em-Pé e o Sr. Carlos Cruz estavam a atirar-se à Cornélia.

J: Quando diz que se estavam a atirar, quer dizer que faziam propostas de cariz sexual?
T: Não, não, atiravam-se mesmo contra ela.

J: E a dona Botilde?
T: Eu nada, fiquei a chuchar na sola. Fui-me embora, a última coisa que eu ouvi foi a Cornélia a dizer "calma, há lugar para os dois"... percebi logo que não valia a pena deixar a porta do quarto aberta.

J: Tem a certeza que não participou nos acontecimentos que se seguiram?
T: Sabe, metade das mentiras que dizem a meu respeito não são verdadeiras.

J: Qual era a sua relação com a dona Cornélia e o sr. Sempre-em-Pé?
T: Conhecia-os da televisão, mais nada.

J: E que é que aconteceu a seguir?
T: A seguir não sei, eu estava a dormir... só soube uns meses depois...

J: Soube o quê?
T: Soube que o Zé-Sempre-em-Pé foi morar com o sr. Carlos Cruz. Fiquei destroçada.